sábado, 12 de janeiro de 2013

Não se deite preocupado com ela, Malandro


O vento que voa leve, de timbre musical.
A pasta de brisa que vive a me servir.
Uma bela varanda no bairro da Tijuca.
É pouco, bastante pouco para fazer-me dormir.

Aquela devassa perdeu-se no meu caminho.
Perfumada à rosa vermelha, de vestido rosa.
Toda sua fartura enche-me de transbordar.
Não me rendeu casamento, só uma prolixa prosa.

Minha camisa de seda rasgou com suas carícias.
Um coração vendido a quem não merecia.
Um nome jogado na sarjeta da paixão.
Gotas de ódio escorrendo devido à falsa alegria.

"Não se deite preocupado com ela, Malandro."
Ouço quando passo em frente a um bar.
Meu segredo guardado pelos quatro cantos.
Lembrarei deste conselho à noite, antes de deitar.

Nada mais me entorpece, nem mesmo erva-doce.
"- Whisky, conhaque, cevada ou enrolado de nicotina?"
O garçom, bom amigo, pergunta: "- Vai de quê?"
Eu lhe respondo: "Por favor, cinco doses de morfina."

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