Chover, é
somente o que falta ela fazer.
Enquanto a minha vida é vadiar, beber.
Ao invés de as sementes ir colher.
Vendo a velha patroa trabalhar.
Sabes que sou um malandro de
primeira,
conhecido até o topo da Mangueira,
onde, mesmo sem vento, balança a bandeira
que é motivo para o povo se orgulhar.
As esquinas habito mais que minha morada.
Saio de fininho, cortando a noite calada
e decerto sempre envolvo-me em uma cilada.
Tenho sempre minha coroa para
me acobertar.
Que por vezes perde a calma que possui em demasia.
E me priva muitos dias de cometer uma ousadia,
exclama a todo tempo que eu siga a romaria
e contente-me com uma desgostosa noite no sofá.
Passo a alvorada em
claro olhando para o céu.
Nas costas, o peso que carrego é de um réu.
E que inspira-me a compor um samba em
um papel
Com a esperança de minha velha me
perdoar.
Mesmo com a imensa vontade de chamar-me: Espora!
Lembra-se dos benefícios que já realizei outrora
e de quantas larguei para ter apenas uma senhora.
Depois de provar minha lábia, volta a me sustentar.
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